COLÓQUIO

A AMAZÔNIA SOB O OLHAR INTERDISCIPLINAR DE PÓS-GRADUANDOS

Este Colóquio tem como objetivo fortalecer as discussões em torno da pesquisa interdisciplinar através da interação de discentes de mestrado e doutorado dos cursos de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) – convênio UFPA, MPEG e Embrapa e de Ciências Biológicas/Botânica Tropical (PPGBOT) – convênio MPEG e UFRA, todos orientados pela Dra Ima Célia G. Vieira, proporcionando trocas de experiências e diálogos relacionados à temática socioambiental da Amazônia.

 

Linhas de pesquisa:

PPGCA - Ecossistemas Amazônicos e Dinâmicas Socioambientais

 

PPGBOT -Ecologia vegetal, Manejo e Conservação

 

Local do Evento Ilha do Combu

Data 28/03/2019

 

COORDENAÇÃO

Dra. Ima Célia Guimarães Vieira

ORGANIZAÇÂO

Dra. Ima Célia Guimarães Vieira

Doutoranda Tatiane Camila Martins Silva

 

APRESENTAÇÃO

 

IMA CÉLIA GUIMARÃES VIEIRA Biografia: É pesquisadora titular do Museu Paraense Emilio Goeldi, e docente permanente do PPGCA e PPGBOT. Possui Doutorado em Ecologia pela University of Stirling, Escócia. Participa de inúmeras redes temáticas de pesquisa que envolvem estudos ecológicos e socioambientais sobre a Amazônia e colabora com a formulação de políticas científicas e de gestão nas áreas de biodiversidade, serviços ambientais e restauração ecológica.

A temática proposta pelo COLÓQUIO “A AMAZÔNIA SOB O OLHAR INTERDISCIPLINAR DE PÓS-GRADUANDOS” é importante para o diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento no campo das ciências ambientais e biológicas. Pensar as dissertações e teses por mim orientadas no PPGBOT e PPGCA, no sentido de dialogar sobre a configuração teórico-metodológica da pesquisa interdisciplinar desenvolvida pelos discentes, é um caminho rico e desafiador.

Neste momento de minha vida acadêmica recebo alunos com os mais variados temas de pesquisa, e cada vez mais penso ser pertinente que boas discussões sejam realizadas para a necessária reflexão quanto as inter-relações envolvidas em estudos interdisciplinares e os desafios em compreender a interdisciplinaridade como um princípio norteador de pesquisas.

Neste Colóquio, vamos oportunizar um espaço de intercâmbio de experiências em torno das questões socioambientais numa perspectiva interdisciplinar, por meio da discussão de temas como gestão ambiental e territorial, sustentabilidade, resiliência, dinâmica da paisagem e restauração florestal. Tais temas são relevantes para a constituição de um corpo teórico-metodológico edificado pelo diálogo entre diferentes campos do conhecimento, incentivando as pesquisas acadêmicas de caráter interdisciplinar, além de promover um olhar crítico sobre a Amazônia em suas múltiplas dimensões.

Agradeço a todos os meus atuais orientados que prontamente apoiaram esta iniciativa e às colegas e ex-orientadas Arlete Almeida, Wanja Lameira e Francinelli Vale (co-orientada) por aceitarem o convite para participar de tão auspicioso evento. Suas experiências enriquecerão o debate.

 



MESTRANDOS

 

CRISLAYNE AZEVEDO ALMEIDA

Biografia: Graduação em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2012-2017). Atualmente é mestranda em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Pará, convênio com Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Embrapa Amazônia Oriental.

EXPANSÃO DO EUCALIPTO NO SUDESTE DO PARÁ: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DA GESTÃO AMBIENTAL

RESUMO

 

A expansão da silvicultura no Brasil tem ocorrido, principalmente, em razão dos incentivos fiscais criados pelo governo brasileiro com o intuito de reflorestar as áreas desmatadas no país, com a utilização de espécies como eucalipto, que se destacam por terem rápido crescimento e rentabilidade. Nas regiões Norte e Nordeste, as plantações de eucalipto vêm sendo usadas principalmente na produção de carvão vegetal e celulose para atender indústrias do setor florestal no Pará e no Maranhão. Projetos de reflorestamento no Estado do Pará vêm sendo implantados principalmente com o uso do eucalipto (Eucalyptus sp.), com cerca de 150 mil hectares de plantios florestais de várias espécies desse gênero e no Estado do Maranhão possuem cerca de 173 mil hectares destes cultivos. O desenvolvimento de sistemas produtivos do reflorestamento se insere no contexto histórico de modernização da Amazônia que levam às mudanças na forma de uso da terra na região e neste trabalho busca-se analisar a dinâmica de expansão da cultura de eucalipto em municípios do sudeste do Pará e no oeste do Maranhão sob a perspectiva de gestão territorial e ambiental, através da utilização do Índice de Monocultura como instrumento de análise da geografia da cultura de eucalipto nas localidades, contribuindo no planejamento, ordenamento e uso do território. Além disso, a pesquisa busca avaliar os fatores de sensibilidade socioambiental em relação ao cultivo de eucalipto, presentes nos instrumentos de gestão ambiental e de usos da Terra no Pará.

 

KAREN CIBELLE LAMEIRA DA SILVA

Biografia: Graduação em Engenharia Florestal pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Atualmente é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas - Botânica Tropical (PPGBOT) da Universidade Federal Rural da Amazônia, convênio com o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).

O IMPACTO DA EXPANSÃO DA MONOCULTURA DE DENDÊ NA ESTRUTURA DA PAISAGEM NO MUNICÍPIO DE TOMÉ-AÇU, PARÁ

RESUMO

 

A microrregião de Tomé-Açu, nordeste paraense, é marcada pelas mudanças ocorrentes na paisagem devido o boom do dendê (Elaeis guineensis Jacq.), monocultura marcante que acabou por reorganizar o espaço e a dinâmica territorial nesta parte da Amazônia, principalmente com a consolidação do Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma (PPSOP), criado em 2010, que prevê o cultivo de 316 mil hectares de área plantada de palma de óleo até 2019 envolvendo mais de 30 municípios do nordeste paraense. Diante disso, a expansão do dendezeiro toma uma dinâmica acentuada, ocasionando mudanças substanciais na estrutura da paisagem onde, a aplicação de índices ecológicos é justificada para que se possa ter uma análise detalhada acerca das mudanças de uso da terra na configuração da paisagem, no que diz respeito à perda de floresta primária. Portanto, o objetivo da pesquisa é identificar os padrões espaciais e temporais de mudanças de usos da terra e o efeito dessas na estrutura da paisagem florestal no município de Tomé-Açu, Pará, em uma escala temporal de seis anos (2001, 2006, 2010, 2016, 2017 e 2018). Para isso, a pesquisa foi dividida em três etapas: a) recorte e classificação das imagens Landsat TM-5 e Landsat 8 através do programa ENVI v. 5.3, b) análise das trajetórias das mudanças na paisagem a partir da elaboração de mapas temáticos da cobertura vegetal e uso da terra e c) análise da estrutura da paisagem através da aplicação de métricas, com o auxílio do programa Fragstats v. 3.3. As métricas escolhidas (proporção ocupada (PLAND), densidade de fragmentos (PD), proximidade média (PROX-MN), índice da maior mancha (LPI) e conectividade (COHESION)) serão aplicadas levando em consideração a classe floresta primária. Assim, espera-se encontrar diferenças significativas no que diz respeito aos usos da terra entre os anos propostos, com maior expansão de dendezeiro após 2010 e a obtenção de informações, a partir da aplicação das métricas de paisagem, que subsidiem a sustentabilidade dos usos da terra e a adoção de medidas de conservação da paisagem no processo de expansão de culturas agrícolas na Amazônia, como a do dendezeiro.

 

DOUTORANDOS

 

AMANDA ESTEFÂNIA DE MELO FERREIRA

Biografia: Graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Pará (UFPA-2010). Mestrado em Ciências Ambientais pela UFPA em convênio com o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Embrapa Amazônia Oriental (2012). Atualmente doutoranda em Ciências Ambientais (UFPA/MPEQ/EMBRAPA).

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SOB A PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE URBANA: UMA ANÁLISE PARA A REGIÃO METROPOLITANA DE SANTARÉM, PARÁ

RESUMO

A sustentabilidade urbana pode ser diretamente afetada em detrimento de diversos fatores, que podem variar desde a implementação de políticas públicas, acontecimentos climáticos, forçantes econômicas, bem como inclusive a formação de novos cenários políticos e territoriais. A criação de regiões metropolitanas acontece diante de pretextos distintos, dentre eles, podemos destacar o interesse político e articulação de divisão Estadual sob o qual foi criada a região metropolitana de Santarém, uma região metropolitana diferenciada, onde a diversidade socioespacial se associa tanto ao perfil hegemônico metropolitano, quanto à origem amazônica ribeirinha. Assim, este estudo objetiva analisar a sustentabilidade urbana dos municípios da região metropolitana de Santarém, Pará por meio de indicadores e problemas urbanos associados à qualidade de vida da população. Para tal, será analisado a sustentabilidade urbana para a região metropolitana de Santarém-RMS para os anos de 2000 e 2010, identificaremos os problemas ambientais urbanos na área urbana de Santarém e suas implicações qualidade de vida das pessoas, bem como buscaremos conhecer os efeitos da chegada da soja em Santarém na imigração, qualidade de vida e bem-estar dos imigrantes. Para isso, Utilizou-se o Sistema de Índices de Sustentabilidade Urbana - SISU, compostos nessa análise por três índices, 10 indicadores e 19 variáveis; com base ainda no SISU, categorizaremos os problemas ambientais encontrados em reportagens online dos anos no período de agosto de 2016 a julho de 2018 de dois jornais locais de ampla repercussão (G1 - TV Tapajós e O Impacto); e para compreender a relação rural-urbano e seus problemas socioambientais, utilizaremos de entrevistas feitas em 12 comunidades rurais e 71 entrevistas realizadas na área urbana de Santarém com imigrantes advindos dessas comunidades realizadas em 2011 e 13 entrevistas realizadas em 2019. Foram identificados entre os resultados iniciais referente à sustentabilidade urbana para essa região, avanços no desempenho dos municípios que a compõe, em relação aos Índices de Capacidade Político-institucional e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, não havendo melhoria para o Índice de Qualidade Ambiental. Quanto aos problemas ambientais urbanos, foram categorizadas 274 reportagens, das quais, 203 reportagens refere-se a apenas 1 problema, enquanto 73, tratam de problemas múltiplos, variando de 2 a 4 problemas ambientais por reportagem. No contexto rural urbano, os resultados preliminares apontam forte fluxo migratório (rural – urbano) para o período de 2000 a 2010 (período de estabelecimento da soja), no entanto, a pressão pelo agronegócio não foi mencionada como motivo para imigração, e sim, o anseio pela busca de melhor qualidade de vida e educação, além da ausência da presença de governo no meio rural, anseios esses que a pesquisa aponta serem atendidos, uma vez que os entrevistados apresentaram melhores condições de vida e evolução dos níveis educacionais residindo na cidade. Acredita-se até então, que investimentos na qualidade de serviços, cadeias produtivas, ordenamento territorial e gestão ambiental, fazem-se necessários para melhoria dos níveis de sustentabilidade nesta região.

 

CÁSSIO ALVES PEREIRA

Biografia: Graduação e mestrado em agronomia pela FCAP/UFRA. Foi pesquisador pleno e diretor adjunto do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia. Atualmente é pesquisador e diretor executivo da ONG Instituto Iniciativa Amazônica e doutorando em Ciências Ambientais (UFPA/MPEG/EMBRAPA).

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS POR INCÊNDIOS FLORESTAIS NA RESERVA EXTRATIVISTA TAPAJÓS-ARAPIUNS, ESTADO DO PARÁ

RESUMO

A floresta amazônica desempenha papel central na conservação da biodiversidade terrestre, além de desempenhar funções essenciais para o bem-estar humano e processos ecológicos em diferentes escalas. No entanto, as atividades humanas têm causado extensas transformações na Amazônia e uma das maiores preocupações atuais, além do desmatamento, são os incêndios florestais que degradam a floresta e impactam diretamente as populações tradicionais que dependem dela como meio de vida. O objetivo do estudo é avaliar o grau de resiliência das florestas degradadas por incêndios florestais e identificar estratégias de restauração florestal a partir da percepção das populações tradicionais. A pesquisa será realizada na Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, oeste do Pará que tem convivido com incêndios florestais, nos últimos anos. Serão analisados: a) classificação do nível de degradação e indicadores, b) análise da resiliência da vegetação/potencial de regeneração natural e c) percepção ambiental dos comunitários e identificação dos aspectos socioculturais e econômicos. O estudo permitirá conhecer, tanto o quadro atual, quanto identificar estratégias de intervenção para a restauração das áreas degradadas, bem como gerar informações socioeconômicas inéditas ligadas aos usos e percepção das áreas degradadas e os efeitos da degradação para as populações. Esta abordagem possibilitará uma inovação muito grande na área de gestão ambiental, além de servir de ferramenta norteadora na tomada de decisões em programas de restauração ecológica.

 

FABIANA DA SILVA PEREIRA

Biografia: Graduação em Engenheira Ambiental e de Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2014). Mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Pará (UFPA) em convênio com o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Embrapa Amazônia Oriental (2017). Atualmente doutoranda em Ciências Ambientais (UFPA/MPEG/EMBRAPA).

DIFERENTES PERCEPÇÕES DA SUSTENTABILIDADE: OS DESAFIOS DE SE ESTABELECER UMA COMUNIDADE COM BASES SUSTENTÁVEIS

RESUMO

Com a ascensão dos problemas ambientais de ordem mundial a partir da segunda metade do século XX, a questão ambiental passa a ser centro de debate em diversos eventos internacionais. Em 1987, com a divulgação do relatório de Brundtland, surge uma nova ideia no campo político e científico: o desenvolvimento sustentável. O conceito definido no relatório passa a ser amplamente difundindo entre os diversos setores políticos, sociais e empresariais. No entanto, devido à complexidade do conceito, a abrangência e a diversidade de propósitos na tentativa de definir e medir a sustentabilidade, surgem diferentes interpretações e abordagens. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo analisar as abordagens do termo sustentabilidade na literatura, no Brasil e em países da língua portuguesa, e avaliar de que forma os discursos adotados relacionam-se com a noção e o modo como o termo é percebido por comunidades em unidades de conservação de bases sustentáveis na Amazônia brasileira, e se isso tem influenciado nas práticas adotadas visando a sustentabilidade comunitária. Para isso, incialmente, será feito (i) um levantamento em bases bibliográficas na língua portuguesa dos trabalhos científicos sobre sustentabilidade e categorização dos artigos segundo temas e dimensões ; (ii) já a segunda etapa, consiste em um estudo de caso para avaliar as diferentes percepções do termo sustentabilidade (e suas derivações), através da aplicação da Teoria de Resposta ao Item – TRI, em comunidades de índios ressurgidos da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, em Santarém, oeste do Pará; (iii) e a última etapa consiste em mensurar o nível de sustentabilidade dessas comunidades para entender de que maneira o modo como percebem o termo sustentabilidade na comunidade tem refletido nas práticas adotadas. Como resultados, espera-se apontar sob quais aspectos (econômico, social, ambiental ou institucional) os autores brasileiros no Brasil e outros países da língua portuguesa reconhecem e utilizam o termo sustentabilidade; assim como as diferentes concepções sobre sustentabilidade, uso sustentável e desenvolvimento sustentável das comunidades da Resex Tapajós-Arapiuns, e as condições de sustentabilidade dessas comunidades.

 

GERCIENE DE JESUS MIRANDA LOBATO

Biografia: Licenciada Plena em Ciências com habilitação em Química pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Atualmente doutoranda em Ciências Ambientais na Universidade Federal do Pará (UFPA).

RESILIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DE UM PROJETO DE ASSENTAMENTO AGROEXTRATIVISTA NO ESTUÁRIO AMAZÔNICO

RESUMO

Considerando que grupos ou comunidades lidam com tensões e distúrbios externos, resultantes de mudanças sociais, políticas e ambientais, em que o ecossistema se mantem face às perturbações; e que o homem age manejando os sistemas socioecológicos e com suas ações, intencionais ou não, influenciam a sua sustentabilidade, objetivou-se avaliar a resiliência e a sustentabilidade socioambiental do Projeto de Assentamento Agroextrativista São João Batista, Abaetetuba, Pará. O desenvolvimento textual da tese está estruturado em quatro capítulos, apresentados em forma de artigos científicos, enfatizando os seguintes temas: resiliência, sistema socioecológico, sustentabilidade e percepção ambiental. Para tanto procedeu-se à pesquisa de campo com aplicação de formulários semiestruturados, no período de outubro/2017 a julho/2018, a 141 ribeirinhos selecionados por amostragem probabística do tipo aleatória simples, além de pesquisa bibliográfica, coleta de dados secundários em instituições de pesquisa e de assistência técnica rural. Foi construído o ciclo adaptativo e a partir dele se analisou a resiliência; e foi aplicado também um instrumento quantitativo e qualitativo baseado na discussão de Comunidades Sustentáveis abordada por Egan, no qual se empregou a avaliação de indicadores sociais, econômicos e ambientais. Para as análises do sistema socioecológico e da percepção ambiental foi utilizada as informações provenientes das entrevistas in loco. Desse modo, as análises preliminares evidenciam que em termos socioeconômicos os ribeirinhos foram resilientes, contudo em relação aos aspectos ambientais o assentamento fica mais vulnerável a perturbações devido a baixa diversidade de uso dos recursos florísticos. Ademais, as estratégias de sobrevivência dos ribeirinhos influenciam na situação de sustentabilidade da comunidade. Estas informações permitem concluir que é necessário o fortalecimento socioambiental da comunidade para que não haja perdas de sua diversidade cultural e ecológica.

 

IORI LEONEL ARNOLDO HUSSAK VANVELTHEM LINKE

Biografia: Graduação em Ciências Biológicas Modalidade Bacharelado pela Universidade Federal do Pará (2006) e mestrado em Zoologia pela Universidade Federal do Pará (2009). Atualmente doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UFPA em convênio com Museu Paraense Emílio Goeldi e EMBRAPA.

A POLÍTICA NACIONAL DE GESTÃO AMBIENTAL E TERRITORIAL DE TERRAS INDÍGENAS: UM NOVO PARADIGMA DA RELAÇÃO DO ESTADO COM OS POVOS INDÍGENAS? UM ESTUDO DE CASO EM DUAS TERRAS INDÍGENAS NA CALHA NORTE PARAENSE

RESUMO

A partir da Constituição Federal de 1988 os povos indígenas conquistaram grandes inovações em seus direitos, como o respeito às suas crenças e costumes, a autodeterminação e o direito a terra onde habitam. Hoje, cerca de 13% do território nacional está protegido enquanto terras indígenas, sendo quase 98% deste total inserido no bioma amazônico. Surge a questão: como garantir a reprodução física e cultural do povo indígena que ali vivem em médio e longo prazo? Um solução proposta foi a PNGATI (Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas - Decreto 7.747 de 05 de junho de 2012). Em sua essência, a PNGATI, através da elaboração de planos de gestão coletiva, deve ser aplicada contextualmente, a fim de garantir os direitos indígenas previstos na Constituição. A presente tese busca estudar, analisar e avaliar a aplicação da PNGATI com dois povos indígenas de língua karib, os Wayana e Aparai, habitantes da porção oriental de duas terras indígenas: Parque do Tumucumaque e Rio Paru D’Este. O recorte investigativo escolhido para a tese é, de certa maneira, cíclico nas relações que busca estudar e analisar: 1) a relação do Estado para com os Wayana e Aparai, e vice-versa; 2) a relação que estes povos têm para com sua terra e meio ambiente; 3) a relação que o Estado tem para com a terra e o meio ambiente dos Wayana e Aparai (via PNGATI, e vice-versa). Tal objetivo logrou ser alcançado através da performace de pesquisas de cunho interdisciplinar, conjugando métodos de investigação historiográficos (análise documental, bibliográfica e dados obtidos em campo, como narrativas dos Wayana e Aparai), etnográficos (da antropologia cultural, e da etnobiologia, francamente enviesados pelo relativismo cultural) e ambientais (ecologia, botânica, zoologia). Assim, são foco de estudo as seguintes questões: 1) Quais as formas de vida, de uso e ocupação do território, de produção, manejo e gestão dos Wayana e dos Aparai? 2) A PNGATI está sendo implementada de de forma a respeitar e reforçar essa territorialidade local no contexto de um diálogo intercultural simétrico? 3) De que forma esses povos se apropriarão desse novo momento, que é pensar coletivamente a gestão territorial e ambiental no âmbito de uma política pública? 4) Haverão (se é que já não existem) apropriações e resignificações culturais a fim de encaixar o padrão local por sobre a PNGATI, e vice-versa?

 

LAÍS VICTÓRIA FERREIRA DE SOUSA

Biografia: Graduação em Engenheira Ambiental e de Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2014). Mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Pará (UFPA) em convênio com o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Embrapa Amazônia Oriental (2017). Atualmente doutoranda em Ciências Ambientais (UFPA/MPEG/EMBRAPA).

DESMATAMENTO, POLÍTICAS PÚBLICAS E RESILIÊNCIA DE ASSENTAMENTOS NO ESTADO DO PARÁ

RESUMO

As atividades realizadas em assentamentos da reforma agrária são responsáveis por uma parcela do desmatamento no Estado do Pará, a proposta desta pesquisa é compreender como o desmatamento (incluindo suas respectivas políticas públicas) causa influência na resiliência de comunidades assentadas no Estado do Pará. Para esta análise, fatores como desmatamento, ações governamentais, e as dinâmicas dos sistemas socioecológicos de distintas modalidades de assentamentos no Estado serão consideradas. Os dados que irão compor a pesquisa serão obtidos através de (1) imagens de satélite, para identificar os assentamentos mais problemáticos quanto porcentagem de área desmatada, (2) metodologia Pressão-Estado-Resposta (DPSIR) para avaliação de políticas governamentais, (3) entrevistas semi-estruturadas para análise de resiliência. Através deste trabalho será possível identificar qual a influência do desmatamento nos meios de vida dos assentados, as potencialidades e fragilidades, compreendendo se as atividades que geram desmatamento fortalecem ou deixam este grupo menos resiliente.

 

TATIANE CAMILA MARTINS SILVA

Biografia: Graduação em Engenheira Florestal pela Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA (2013). Especialista em Geotecnologia Aplicada ao Planejamento e Gestão pela Faculdade Metropolitana da Amazônia - FAMAZ (2016). Mestre em Ciências Biológicas pela UFRA em convênio com o Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG (2018). Atualmente doutoranda em Ciências Ambientais na Universidade Federal do Pará (UFPA/MPEG/EMBRAPA).

PADRÕES DE ANTROPIZAÇÃO E USOS DA TERRA E O PLANEJAMENTO DA RESTAURAÇÃO FLORESTAL NO ESTADO DO PARÁ

RESUMO

 

Este estudo analisará a história da antropização e degradação da paisagem como subsídio para a elaboração de modelos de priorização de restauração ecológica no estado do Pará, utilizando a modelagem multicritério em um ambiente SIG. O Estado do Pará apresenta uma dinâmica intensa no uso da terra e tem alta perda e fragmentação da floresta, impulsionada pela expansão das fronteiras agrícolas. Critérios de grande relevância para a restauração ecológica serão selecionados e agregados. Os critérios serão definidos através da Técnica Participativa, onde especialistas das seguintes áreas serão consultados: Ecologia, Restauração Florestal, Manejo Florestal, Geografia e Hidrologia. Por e-mail, eles receberão o mapa de cobertura vegetal e uso da terra, onde será explicado que a região selecionada tem um alto grau de antropização devido ao desmatamento devido ao avanço das fronteiras agrícolas. Esta análise permitirá avaliar diferentes classes biofísicas e tipos de uso da terra que afetam a seleção de áreas para restauração. O mapa final gerado será a representação geográfica de um modelo de planejamento e manejo sustentável de áreas prioritárias para restauração florestal na Amazônia